Sexo entre amigos, amizade colorida e transa casual. Essas são algumas denominações e dúvidas em torno do mesmo assunto: “manter sexo casual com um amigo vai ajudar ou atrapalhar a amizade?”. O tema pode despertar curiosidade para algumas pessoas e se tornar até mesmo motivo de fantasia. Mas, como lidar com o medo ‘barril’ de estragar a relação amigável?
Para desvendar os prós e contras do sexo entre amigos, uma pesquisa realizada pela universidade americana Boise State University, com 300 homens e mulheres, mostrou que 20% dos entrevistados já se aventuraram na amizade colorida. Entre eles, um saldo positivo: 75% afirmaram que a amizade ficou melhor e mais fortalecida após transarem.
Para ir ainda mais afundo nos possíveis riscos em fazer sexo com amigos, o Portal Massa! conversou com a sexóloga Raquele Carvalho, pós-graduada em Gênero e Sexualidade, para saber quais os cuidados tomar e como se ‘jogar’ sem medo em uma (ou várias) transas com um amigo.
Bom senso, comunicação clara e honesta, comunicar sobre o que sente e expectativas alinhadas, são pontos citados por Raquele Carvalho como cuidados para não fazer com que a amizade colorida se torne um problema.
“Alinhar as expectativas é algo que é fundamental e para isso precisa ter uma comunicação muito clara, muito aberta para não haver um problema maior. E aí quando você alinha, você vai poder estabelecer o limite”, iniciou a sexóloga.
O combo de sexo com amizade pode atrapalhar a relação?
O combo de sexo com amizade pode atrapalhar se houver expectativas distintas, se as pessoas forem muito diferentes e se alguma das partes sentir o desejo de namorar. Para a sexóloga, é necessário o entendimento do que a transa significa.
“O que esse sexo significa para relação de amizade? É apenas sexo pelo sexo? Precisa ter cuidado nesse sentido do sentimento não correspondido, expectativas diferentes, questão de ciúmes, de insegurança, talvez a dificuldade de voltar o que era anteriormente de apenas amizade, perder a confiança, mudança na dinâmica na amizade e também até pôr fim na amizade, em alguns casos se não for gerenciado de forma adequada isso entre as partes envolvidas pode sim acabar a boa amizade”, alertou Raquele ao Massa!.
Enquanto alguns observam o vuco-vuco com o amigo algo perfeito para se ter prazer sem precisar lidar com todos os bo’s de um relacionamento, outros já sentem receio em desenvolver a amizade colorida.
Para Raquele, antes de se envolver sexualmente com alguém do seu ciclo de amizade é necessário ser realista consigo mesmo e se conhecer o suficiente para entender quais os seus sentimentos.
“Ser realista com os seus sentimentos, evitar exclusividade, é casual e é entre amigos, então se é pra manter amizade evitar a questão de desenvolver um relacionamento romântico. É importante que passem a ser encontros regulares, que os envolvidos possam revisar a situação”, destacou a profissional.
Com uma relação sexual que tem tudo pra ser gostosa, leve e divertida, o sexo entre amigos também pode se tornar deliciado. “Você está preparada para lidar com isso? para lidar com esses sentimentos? como você perceber o sexo? Você perceber o sexo como algo prazeroso e pontual? da para ter um sexo casual e não vai ter envolvimento? São perguntas que você precisa se fazer para saber se é algo que você consegue sustentar”, completou a sexóloga.
Limites necessários
Para garantir o desenrolo sem maiores dores de cabeça, o ponto-chave é definir as expectativas e estabelecer o que cada um espera da relação. Pontuando sobre os limites impostos em um sexo entre amigos para não atrapalhar a amizade, a sexóloga salientou sobre os perigos da exclusividade e outros pontos importantes.
“Seja um relacionamento casual, seja um sexo sem compromisso emocional, é importante que ambos estejam falando a mesma língua, evitar exclusividade, porque convenhamos, se são amigos estão livres para conhecer, para estar com outras pessoas e para transar com outras pessoas, respeitar os limites de conforto, se algo não for confortável é preciso comunicar, manter a discrição, porque não são um casal de namorados, são amigos, então ninguém precisa saber a respeito, priorizar a amizade, se essa for a função”, afirmou Raquele.
Ficar de olho em como a relação está progredindo conforme o tempo também é necessário para os dois lados saírem de boa. “Revisar a situação, a medida que a relação vai progredindo é bom sempre ver se ambos ainda estão falando a mesma língua de um sexo sem compromisso emocional ou se uma das partes evoluiu para uma outra questão”, alertou.
O risco
Vale correr o risco para viver momentos de prazer com uma pessoa que já está inserida em sua rotina no ciclo de amizade? Nunca se sabe. Isso porque, segundo a sexóloga, para alguns a relação vai funcionar, mas para outros não funciona.
Por fim, o válido é ser claro consigo mesmo, entender os seus sentimentos e após colocar todos os pontos na balança, caso sinta vontade de se aventurar no com um amigo ou amiga: se jogue. Como ponto-chave, a sexóloga afirma “a dica que dou é autoconhecimento”.