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Crise no vizinho! - 22/04/2024, 14:16 - Vinicius Portugal

Recessão atinge numeros alarmantes na Argentina

País encontra problemas em diversos setores internos

Crise não tem olhos e afeta tudo e a todos
Crise não tem olhos e afeta tudo e a todos |  Foto: Luis Robayo / AFP

A crise enfrentada pelo consumo na Argentina vem dilacerando a economia nacional, afetando indiscriminadamente todos os setores do mercado doméstico. Desde os supermercados até produtos dependentes do crédito, como eletrodomésticos e automóveis, passando pelos restaurantes, que sentem a ausência dos clientes brasileiros devido à inflação em dólares, e até mesmo as farmácias, cujos produtos são de necessidade básica.

Nos primeiros meses de 2024, uma característica marcante do consumo é a dificuldade em encontrar qualquer negócio ligado ao mercado interno que apresente números positivos. Embora o Índice de Preços ao Consumidor tenha diminuído nos últimos meses, de 25,5% em dezembro para 11% em março, a economia argentina enfrenta uma recessão profunda, especialmente entre os setores e indústrias relacionados aos salários e ao emprego.

Guillermo Oliveto, da consultoria W, explica que estamos testemunhando um processo inédito, com um ajuste considerado inevitável pelos consumidores, levando todas as empresas a redefinirem suas estratégias de negócios.

A desaceleração acentuada da inflação é um sinal positivo para as empresas que dependem do mercado interno. No entanto, se essa queda nos aumentos não resultar em um aumento do poder de compra dos salários, o panorama continuará sendo desafiador.

De acordo com o último relatório da consultoria MAP, o consumo acumulou uma queda média de 10% nos primeiros três meses do ano. Para 2024, projeta-se uma queda de 6%, com uma recuperação que só deve ser significativa nos primeiros meses de 2025.

Juan Pablo Ronderos, sócio-fundador da MAP, destaca que o consumo privado continua deprimido, especialmente nos primeiros seis meses do ano, mas espera-se uma moderação a partir do segundo semestre, à medida que a inflação desacelera e alguns setores iniciam uma reação.

A recessão afeta especialmente os setores de alimentos e medicamentos. As vendas de produtos básicos, como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal e de limpeza, caíram 10% em volume.

Martín Lemos, gerente geral da GDN Argentina, observa uma mudança nos hábitos de compra, com uma maior frequência de compras, porém, com menos produtos adquiridos em cada visita, além de uma preferência por segundas marcas e marcas próprias.

As farmácias também enfrentam uma queda de dois dígitos nas vendas no primeiro trimestre do ano, com áreas mais carentes sendo as mais afetadas.

O comércio eletrônico, que antes estava relativamente imune à crise argentina, agora também sofre. Adrián Ecker, presidente do Mercado Livre na Argentina, observa uma queda de 5% nas vendas no primeiro trimestre deste ano em comparação com o ano anterior.

As vendas de eletrodomésticos registraram uma das maiores quedas, com uma redução média de 40% em relação a 2023, especialmente em categorias como consoles de videogame, celulares e geladeiras.

Juan Manuel Almeida, gerente de Marketing da rede de eletrodomésticos Cetrogar, destaca a busca por produtos de marcas de preço de entrada e uma maior ativação em descontos para aumentar a rotatividade.

Em resumo, a economia argentina enfrenta desafios significativos em diversos setores, com uma recessão profunda e mudanças nos padrões de consumo que impactam empresas e consumidores.

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