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Sara Freitas - 07/05/2024, 21:22 - Leilane Teixeira/Portal A TARDE

Após audiência, réus pela morte de Sara vão aguardar decisão judicial

Ederlan, Bispo Zadoque, Gideão e Victor aguardarão decisão se irão a júri popular

Interrogatório dos quatros acusados durou aproximadamente três horas
Interrogatório dos quatros acusados durou aproximadamente três horas |  Foto: Shirley Stolze/Ag. A Tarde

O terceiro dia da audiência de instrução do caso da pastora Sara Freitas chegou ao fim na tarde desta terça-feira (7), após o interrogatório dos quatro acusados de envolvimento na morte, que durou aproximadamente três horas.

Em entrevista ao Grupo A Tarde, o advogado da família de Sara, Rogério Matos, disse que agora o próximo passo é aguardar a decisão judicial que vai dizer se os réus irão ou não à júri popular. No entanto, segundo ele, ainda há data para essa decisão.

"Hoje o que chegou ao final foi a audiência, dando abertura de prazo para o Ministério Público oferecer as alegações finais dos advogados de defesa, e, a partir daí, vai para a magistrada sentenciar se vai para júri popular ou não", disse.

Em média, cada um dos acusados levou aproximadamente 42 minutos na Sala do Júri do Fórum Criminal de Dias D'Ávila, onde responderam perguntas feitas por 11 integrantes do Magistrado, servidores públicos e advogados. Ederlan Mariano, ex-marido de Sara e apontado como mandante intelectual do assassinato da mulher, foi o primeiro a ser interrogado.

Segundo Rogério Matos, Ederlan respondeu a maior parte do seu interrogatório, que durou 45 minutos, mas optou por ficar em silêncio ao ser questionado pela acusação. Como resposta às demais perguntas, negou envolvimento com o assassinato da cantora gospel.

"Alguns fizeram a opção de ficar calado, fazendo jus ao direito constitucional para não responder as perguntas. O bispo Zadoque não quis falar; Vitor, que tinha contribuído anteriormente narrando todos os fato, dessa vez mudou o discurso e se fez desentendido; Gideão disse que foi sem saber o que ia acontecer e que chegando lá, foi ameaçado por eles; Já o Ederlan, como de praxe, negou tudo e empurrou toda a culpa no Zadoque. Perante as minhas perguntas, ele disse que queria exercer o direito de ficar calado", explicou.


Os depoimentos seguiram a seguinte ordem:

1° Ederlan Mariano - 45 minutos de depoimento
2 º Weslen Pablo Correia de Jesus, mais conhecido como Bispo Zadoque - Depôs por 25 minutos
3º Gideão Duarte - 30 minutos
4º Victor Grabriel - depoimento durou cerca de uma hora

"Aconteceu o de praxe, quando chega na frente do judiciário, os réus tendem a modificar o que falaram na delegacia. O que aconteceu até agora é muito positivo no ponto de vista da acusação. Não temos a menor dúvida de que Ederlan é o mandante desse crime bárbaro contra Sara Freitas. O inquérito está bem robusto e tem provas suficientes para levá-los ao júri popular", garantiu o advogado de acusação.

Após o fim da audiência de instrução, os réus saíram do Fórum rumo a Escolta Policial e foram cercados por um grupo de aproximadamente 10 populares que os acompanharam até o veículo sob gritos de "Assassinos". Eles partiram de Dias D'Ávila por volta das 14h15 em direção ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, para aguardar a decisão.

O agendamento da sessão do júri dependerá do resultado da sentença.

Relembre o caso
A cantora gospel e pastora Sara Freitas desapareceu no dia 24 de outubro de 2023, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento, dizendo que Sara tinha o costume de participar de vários eventos religiosos. Ele foi ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã do dia 26.

Corpo encontrado
O corpo de Sara foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde do dia 27, uma sexta-feira. O marido reconheceu os restos mortais da vítima.

Prisão de Ederlan
O marido da cantora foi preso no mesmo dia, 27, sob possíveis incoerências no discurso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa negou e alegou que ele era inocente.

Dois novos suspeitos presos: Gideão e Zadoque
Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como “Bispo Zadoque”, e Gideão Duarte de Lima foram presos a medida que as investigações avançavam. Gideão, apontado como um motorista da confiança dela, teria buscado a cantora gospel em casa para levá-la a um culto que não existia. Ele teria entregue ela a Zadoque e Ederlan.

Já Zadoque, que confessou o crime, teria atuado como receptor da vítima. Os dois foram presos entre a noite do dia 14 e a manhã do dia 15 de novembro.

Quarto acusado é preso: Victor Gabriel Oliveira
Uma semana depois, 21 de novembro, Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, se entregou à polícia após assumir participação no crime. Investigado pela 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D'Ávila), Victor Gabriel teve participação tanto no homicídio da artista quanto na ocultação de seu cadáver, conforme apontou a apuração do caso. Ele detalhou o crime, afirmando que teria segurado a vítima enquanto Zadoque a esfaqueava.

Ao longo de toda investigação, havia um conflito sobre qual família ficaria a filha do casal, de 11 anos. No dia 29 de novembro, a menina foi ouvida por cerca de três horas durante a audiência de justificação, no Fórum da Família, em Nazaré. No dia 13 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha de Sara Freitas para a família de Ederlan,

Os quatro suspeitos viram réus após denúncia oferecida pelo MP
No dia 19 de dezembro, o Ministério Público Estadual denunciou Ederlan, Zadoque, Gideão e Victor por homicídio qualificado, os tornado reús. Segundo a promotoria, o crime foi cometido por motivo torpe, meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima. Eles também foram acusados por ocultação de cadáver e associação criminosa.

A Justiça baiana recebeu a denúncia e acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, com parecer favorável do MP, contra os quatro. No dia seguinte, 20 de dezembro, o MP divulgou que os quatro suspeitos pela morte da cantora gospel Sara Mariana tinham intenção de usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles, que também é cantor.

No texto da denúncia, o MP apontou que que o crime aconteceu porque Zadoque, Victor e Gideão, sob ordens de Ederlan, queriam “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente".

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